Manfred Kielnhofer -esculturas |
Gosto da simplicidade de um cachorro vira-lata. Cachorro de raça é arrogante. Ele sabe que vale dinheiro. Enquanto o vira-lata só pode contar com olhinhos de pena como moeda de troca.
Gosto de aliterações. Leio-as como quem saboreia um prato fino, lentamente. Com os sons repetidos brincando na língua e nos dentes como quem aprende o bê-a-bá.
Gosto quando alguém me chama por um apelido secreto, criando um companheirismo que beira a cumplicidade. Sempre me ganha.
Gosto de escrever sobre a morte enquanto ela não vem.
Gosto da carga de solidão que a escrita exige. A urgência que a palavra pede na hora de ser escrita é egoísta. E eu sempre cedo.
Gosto de acordar e imaginar que vou morrer naquele dia. Gosto de viver como quem está sempre de partida.
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